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Introdução às cardiopatias congênitas no adulto

  • Dra. Renata Mattos Silva
  • 7 de abr. de 2021
  • 2 min de leitura

Introdução às cardiopatias congênitas no adulto


As cardiopatias congênitas tradicionalmente eram “responsabilidade” da cardiologia pediátrica. No entanto, graças ao aperfeiçoamento das técnicas cirúrgicas e ao diagnóstico mais preciso, os pacientes cardiopatas congênitos têm uma sobrevida cada vez maior, passando a estar sujeitos também a condições que se agravam com a idade, como diabetes e hipertensão arterial. O acompanhamento dessa população, portanto, pode ser desafiador e requer uma equipe capaz de entender e conectar todos os aspectos clínicos, anatômicos e fisiopatológicos de cada paciente.


Para fins didáticos, podemos classificar de maneira bem simplificada o paciente adulto com cardiopatia congênita em três grandes grupos:

  1. Cardiopatias com pouca ou nenhuma repercussão na infância e adolescência, que chegam até a idade adulta sem diagnóstico ou sem tratamento;

  2. Cardiopatias complexas que sofreram cirurgias paliativas;

  3. Pacientes que sofreram cirurgias ou procedimentos percutâneos corretivos com lesões pós-operatórias tardias.

No primeiro grupo, o principal exemplo é comunicação interatrial. Tipicamente ela traz poucos sintomas na infância, podendo levar a arritmias e hipertensão pulmonar na 3ª ou 4ª década de vida. A coarctação da aorta também é uma condição comumente diagnosticada no adulto.


No segundo grupo, pensamos principalmente nas cardiopatias com paliação univentricular, que na idade adulta provavelmente já terão chegado à cirurgia de Fontan. As complicações tardias dessa cirurgia são muitas vezes de difícil tratamento e demandam um entendimento profundo da fisiologia cardiovascular.

Finalmente, no terceiro grupo encontramos comumente pós-operatórios de correção de tetralogia de Fallot, coarctação da aorta, transposição dos grandes vasos, etc.


A partir desta introdução, pretendemos nos aprofundar neste tema tão fascinante, através da revisão de artigos e relatos das nossas experiências. Esperamos que essa seção de cardiopatias congênitas seja muito útil para todos os colegas.

Autora: Renata Mattos Silva

Cardiologista Pediátrica e Hemodinamicista do Instituto Nacional de Cardiologia

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