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Risco de IAM e AVC após Covid-19

  • Ronaldo Gismondi
  • 23 de ago. de 2021
  • 2 min de leitura

A infecção pelo Covid-19 pode acometer o sistema cardiovascular tanto durante a fase aguda, nos primeiros 14 dias de doença, como nos meses subsequentes, como parte da síndrome do “Long Covid”. As manifestações agudas mais comuns são decorrentes de miocardite e eventos tromboembólicos, incluindo a ocorrência de infarto agudo do miocárdio (IAM) ou acidente vascular cerebral isquêmico (AVC) durante a infecção ativa. Se quiserem mais informações sobre manifestações clínicas e tratamento, recomendo assistirem a palestra que participei no 38º Congresso da Socerj (https://38congresso.socerj.org.br/), disponível online no site do evento.


Em um estudo publicado recentemente no periódico Lancet, pesquisadores suecos analisaram todos os casos de Covid com base no sistema nacional de dados de saúde de seu país. Um total de 86.742 casos foram incluídos. O período de acompanhamento incluiu as 4 semanas antes e as 4 semanas após o início dos sintomas de Covid. O grupo controle foi formado de pessoas pareadas por idade, sexo e comorbidades, porém sem infecção pelo covid-19. No grupo Covid, houve 186 casos de IAM e 254 de AVC, o que à primeira vista parece pouco frente ao número total de infectados.


Por outro lado, a análise estatística de risco relativo (RR) mostrou que a chance de IAM e AVC foi maior, respectivamente, 2,89 e 2,97 vezes nos pacientes com Covid-19 na primeira semana. Em relação ao tempo de infecção, o risco diminuiu gradativamente à medida que o tempo passou, do modo que na quarta semana o RR de IAM e AVC era estatisticamente semelhante à população controle sem covid.


Como conclusão, os autores ratificam estudos anteriores mostrando que o Covid-19 é um fator de risco importante para a ocorrência de IAM e AVC na população infectada e a presença de sintomas motores e/ou dor precordial devem levar o médico a seguir os protocolos institucionais de atendimento para diagnóstico e tratamento de síndrome coronariana aguda e AVC.


Bibliografia:

Katsoularis I, Fonseca-Rodríguez O, Farrington P, Lindmark K, Connolly A-MF. Risk of acute myocardial infarction and ischaemic stroke following COVID-19 in Sweden: a self-controlled case series and matched cohort study. Lancet [Internet]. 2021 Aug 14 [cited 2021 Aug 14];398(10300):599–607. Available from: http://www.thelancet.com/article/S0140673621008965/fulltext


Ronaldo Gismondi

Coordenador da Cardiologia do Hospital Niterói D’Or

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